Eu cansei. Cansei de ficar em cima do muro, cansei de cara de paisagem, cansei de tentar equilibrar tudo. Agora eu quero me jogar. Cansei de ficar entre uma palavra e outra, um sentimento e outro, entre o que foi e o que poderia ter sido, sofrendo com arrependimentos e suposições. Eu quero me jogar por inteira, sem rede de proteção. Estou aqui agora, acomodada em passos lentos, mas se for preciso eu jogo tudo pro alto e mudo de direção, eu corro desesperada, eu sigo meu coração.
E simplesmente assim, do nada, você reaparece e diz todas aquelas palavras de sempre, e meu coração sente todas aquelas coisas idiotas de sempre. Eu sei que tudo não passa de um grande teatro, mas veja bem, eu gosto de me aquecer com essa sensação. Essa do sonho, da ansiedade, da loucura. Ela se sobrepõe a muitas dores reais que vem me atormentando.
Essa fantasia me preenche, e mesmo sabendo que estou visualizando uma ilusão, eu ainda me pego pensando se deveria acreditar na sua promessa. Me pego deitada olhando pro teto, imaginando um beijo seu e sentindo uma ansiedade estranha que me corrói, mas corrói também todas as angústias que vinham me destruindo, e isso me alivia. Apesar de tudo, eu nunca vou desistir desse sonho.
(POST)
"(...)Se agora eu cato a alma pelos cantos a culpa não foi sua, eu te garanto.
Eu sei, você não vai querer saber!
A gente sempre sofre, a gente sofre sempre por querer...
Me deixa aqui no escuro, por enquanto, eu sei que por um tempo vai doer. Pode levar o seu olhar de espanto, é a única maneira de aprender."
♫
'A igreja estava iluminada, ele tinha um all star nos pés e uma gravata borboleta cor-de-rosa sobre o terno. E no rosto, o mesmo olhar irônico e misterioso. O cabelo bagunçado e a barba mal feita de propósito. Poxa, me perdoa por desenterrar o passado assim, mas eu enxerguei você em cada pequeno detalhe. Ele se destacava pelas tantas tatuagens espalhadas pelo braço e alargadores nas orelhas, e ela pelos cabelos vermelhos. Com uma assinatura ela tomou pra si o sobrenome que tantas vezes foi nosso... Parecia que tudo era um filme baseado em nossas histórias, em nossos sonhos. Tudo tão aparentemente perfeito. As bebidas azuis nas taças redondas, a família unida, como poucas vezes, e milhares de fotos. Senti um aperto e ao mesmo tempo um alívio, uma mistura de sensações. Será mesmo que poderíamos ter nos encaixado tão bem ali?
Vem brincar de ser feliz, vem. Eu não ligo se você vai se esquecer de alguma promessa que me fez, ou se vai me olhar com cara de paisagem quando eu disser que tô morrendo de saudade; Mas vem brincar comigo de sorrir sem motivo, de inventar tarde de domingo, de dar amasso escondido, vem brincar de ser casal feliz, vem? Vem brincar de fazer sofá de rede, de bater joelho na parede, vem fingir que a gente manda em tudo e eu vou brincar de te dar o mundo. Vem?
E não é tão perfeitinho quanto julguei que fosse, nem tão pouco feito em doce. A ilusão só fica pelo desconhecimento, pelo não viver da história completa, pela falta de realidade; Agora estou esperando que a ficha caia, que o encantamento passe, e que tudo vire apenas uma boa história pra contar. Só torço pra que não demore.
Hoje eu estou extremamente sensível. Sons, cheiros, cores. Um surto nostálgico. Nesse lugar que nunca foi meu, tudo traz a lembrança de um passado que não foi aqui; Ou tudo se mistura, já não sei ao certo.
Do lado de dentro, tudo é igual. A mesma parede revestida de pisos, o espelho e meu rosto inchado olhando pra mim; Seu cheiro no sofá e na parede da cozinha. Mas do lado de fora tudo parece confuso. As pessoas indo e vindo, o chão molhado da chuva, o sol tentando iluminar um dia triste e nublado. Meu corpo se arrepia, mas não sinto frio. Sinto falta de algo que não decifro o que é. O clima parece incomum, e eu pareço alheia ao cenário que me cerca. Sinto a necessidade de caminhar sem rumo e meu coração bate descompassado.
Hoje estou extremamente sensível, sinto vontade de chorar, de gritar, de sentar no meio da correria e observar. Nesse lugar que deveria ser meu, eu me perco; E dentro de mim, só vazio.
Do lado de dentro, tudo é igual. A mesma parede revestida de pisos, o espelho e meu rosto inchado olhando pra mim; Seu cheiro no sofá e na parede da cozinha. Mas do lado de fora tudo parece confuso. As pessoas indo e vindo, o chão molhado da chuva, o sol tentando iluminar um dia triste e nublado. Meu corpo se arrepia, mas não sinto frio. Sinto falta de algo que não decifro o que é. O clima parece incomum, e eu pareço alheia ao cenário que me cerca. Sinto a necessidade de caminhar sem rumo e meu coração bate descompassado.
Hoje estou extremamente sensível, sinto vontade de chorar, de gritar, de sentar no meio da correria e observar. Nesse lugar que deveria ser meu, eu me perco; E dentro de mim, só vazio.
Provavelmente eu nunca terei de volta aquele amor. Aquele brilho no olhar, aquele abraço sincero, aquele beijo, ah, aquele beijo. Provavelmente nunca mais vou me sentir daquele jeito. Mas a esperança não morre, e a lembrança não vai embora, e eu fico sonhando e pedindo todos os dias a Deus que tudo pudesse ser bonito como foi um dia. Mas provavelmente não mereço aquela paz interior.
Então fico aqui sobrevivendo por uma esperança e me alimentando de sonhos, te vendo de longe e lembrando seu cheiro. Me culpando pelos meus erros e por ter deixado você ir embora. Eu te tinha aqui, como é que fui te perder assim? Eu vivo de saudade, revivo nossa história todos os dias tentando sentir de novo aquele gosto. Tentando sentir aquilo que só você conseguiu arrancar em mim, aquele sorriso, aquela vontade de ficar junto. Tentando sentir aquele amor que só você conseguiu me oferecer, aquela intensidade, aquela verdade.
Mas provavelmente eu nunca mais vou ser feliz daquela maneira. E provavelmente você nunca vai sentir por mim o que sentiu um dia, mesmo que eu queira e/ou implore, ou exija. O tempo passou enquanto eu não soube aproveitar as oportunidades, e os meus erros marcaram o meu caminho. Pra sempre.
Mas eu ainda te quero; e até que o sofrimento me corroa por inteira, eu ainda estarei te esperando.
Então fico aqui sobrevivendo por uma esperança e me alimentando de sonhos, te vendo de longe e lembrando seu cheiro. Me culpando pelos meus erros e por ter deixado você ir embora. Eu te tinha aqui, como é que fui te perder assim? Eu vivo de saudade, revivo nossa história todos os dias tentando sentir de novo aquele gosto. Tentando sentir aquilo que só você conseguiu arrancar em mim, aquele sorriso, aquela vontade de ficar junto. Tentando sentir aquele amor que só você conseguiu me oferecer, aquela intensidade, aquela verdade.
Mas provavelmente eu nunca mais vou ser feliz daquela maneira. E provavelmente você nunca vai sentir por mim o que sentiu um dia, mesmo que eu queira e/ou implore, ou exija. O tempo passou enquanto eu não soube aproveitar as oportunidades, e os meus erros marcaram o meu caminho. Pra sempre.
Mas eu ainda te quero; e até que o sofrimento me corroa por inteira, eu ainda estarei te esperando.
"Tenho andado sozinha agora, mas não desisti de ainda te ter." ♫
'Tô bravo, você sabe, eu quero a verdade;
dá um tempo, chega de brincar comigo...
Nem pensa pra inventar... Ah, ta, vou acreditar.
Suas desculpas não fazem sentido.
O seu carro quebrou, o celular pifou, o e-mail não chegou, o trânsito parou...
O dinheiro não deu, a hora esqueceu, furaram o seu pneu, roubaram o que era seu.
Desculpas e papo furado, você não faz questão de ficar do meu lado.
Desculpas, enrolação, não tá dando a mínima pro meu coração.
♪
"Olho a cidade ao redor e nada me interessa... Eu finjo ter calma, a solidão me apressa! Tantos caminhos sem fim, de onde você não vem... Meu coração na curva, batendo a mais de cem. Eu vou sair nessas horas de confusão, gritando seu nome entre os carros que vem e vão... Quem sabe então assim você repara em mim?
Morro de te esperar, de nunca te esquecer... As estrelas me encontram antes de anoitecer. Olho a cidade ao redor, eu nunca volto atrás. Já não escondo a pressa, já me escondi demais. Eu vou contar pra todo mundo, eu vou pichar sua rua, vou bater na sua porta de noite completamente nua, quem sabe então assim você repara em mim?"
(Ana Carolina - Nua ♪)
Até quando isso vai doer tanto assim?
Tenho enxergado seu rosto em qualquer penumbra, seu jeito em qualquer gesto, tenho lembrado sua presença e sentido sua ausência o tempo todo e isso me desespera... A saudade tá demais e vai só aumentando a cada dia, e não poder te alcançar me enlouquece.
Por que tem que ser assim, esse jeito torto? Por que não posso te ter ao menos por perto? Ao menos no meu campo de visão, vai, por favor...
Será que um dia isso vai passar? Será que vou poder voltar a sorrir?
Estou cansada de perder o sono, de sonhar com a sua presença e seu abraço apertado. Cansada de não conseguir pensar em outra coisa, de sentir a culpa me corroer e de pensar sobre o que fazer...
Será que não mereço ser feliz?
É fácil amar alguém conveniente, alguém certo, que só fala a coisa certa na hora certa e que nunca te decepciona. É fácil amar uma pessoa sem conhecer os seus defeitos, e estar com ela somente nos momentos bons. Fácil amar enquanto ela parece perfeita. Difícil mesmo é enfrentar decepções, dificuldades, mágoas, conhecer a fundo cada pequeno defeito dela, e, ainda assim, amá-la e desejar estar com ela cada minuto. Raro é, mesmo depois de um dia difícil, olhar pr'aquele sorriso e saber que ali está o motivo de cada um dos seus sonhos. Raro é o abraço que conforta, o beijo que desorienta, o coração acelerado mesmo depois de tudo parecer rotineiro e banal.
♥
"(...)Mas isso tudo não é amor, mas sim desespero e aflição.
Lembre-se que juntos eles não vão ficar bem. A dor da separação precisa ser superada, pois nos momentos mais improváveis a saudade irá surgir como um fogo imaginário. Esse fogo dará a ilusão de que tudo está bem novamente, até a próxima explosão."
(Frederico Mattos)
Eu precisava daquele gosto pra resolver tudo dentro de mim. Tantas vezes eu quis a sua presença, tantas vezes sonhei com um reencontro, e quando eu estive frente a frente com você, matei ali todo o sonho e toda uma saudade baseada em ilusões. Vi toda aquela neblina, que enevoava o passado e o transformava naquela atmosfera mágica, se desfazer, e eu pude enxergar claramente a realidade e todos os motivos pelos quais não estive ali esse tempo todo.
Na verdade eu quis substituir o insubstituível, compensar o que perdi, mas é impossível. Ficou um vazio que não pode ser preenchido senão com aquela sensação, aquela magia era única e essa sim tenho certeza que era real.
'Não sei se foi ciúme, raiva ou apenas tristeza, mas minha vontade foi pular no teu pescoço e gritar: Será que você não percebe que estou aqui? Cansei de ser a menina dos bastidores e a cúmplice das surpresas românticas dos namorados das minhas amigas, queria apenas uma vez ser a atriz principal da peça ou de um único par de olhos, os teus olhos, e depois do espetáculo te mostrar o camarim, onde não se há espelhos, nem camadas de maquiagem, só meu rosto limpo, sem nenhum disfarce ou capa. Mas você não me enxerga sentada ao seu lado e eu continuo idealizando o meu palco.
Gaby Dantas
Partes de mim
Era começo de 2007, talvez já não fosse verão, nunca fui ligada a essa coisa de estações. Só sei que quando chovia podiam me identificar nos corredores pelo meu casaco rosa. Eu nunca havia faltado. Aliás, nunca havia me atrasado. Sempre pontual, estava religiosamente presente, choramingava quando não via aquele vulto chegando de cabeça baixa, com o caderno de um ano passado nas mãos. Todos já acomodados e eu sempre reparava na maneira que ele arrastava a mesa e sentava desalinhado na cadeira, atraindo olhar repreensivo da professora. Eu nunca me ausentava antes de ver o vulto passando sorrateiro pelo portão e sumindo na curva. Era isso que ele era. Um vulto. Um incógnita.
Havia uma companhia que estava permanentemente ao meu lado, ela deveria ser protagonista dessa história, mas não é. Foi ela que, apesar da minha paixão descontrolada por ele, protagonizou comigo a maioria das vivências desse período.
Naquele dia eu acordei tarde e me pus a escrever. Fui traçando rápido a volta das letras receando que me atrasasse. Mas eram tantas letras, tantas frases, tantas margens... Aquele trabalho escolar demorou uma eternidade. Pendurei o fichário nos ombros e corri, dei de cara com o portão fechado, e tinha que esperar pelo próximo horário. Cabisbaixa me virei pra procurar um banco, então ouvi; Ouvi uma risada muito alta e olhei pelo portão. Ele estava lá. O amigo dele gargalhava, e ele sorria -como poucas vezes o vi sorrir-, e em minha direção. O amigo batia palmas e ele olhava tudo com aquele sorriso misterioso que nunca mais vi ninguém fazer. Foi o bastante pra me desesperar, fiquei desorientada e com o coração aos pulos, precisava saber porque eu era o centro das atenções naquele momento. Eu me senti ligeiramente radiante, mal pude esperar pra poder adentrar o pátio e me aproximar.
Mas logo em seguida tudo morreu. O sorriso, as palmas, o entusiasmo. Não foi difícil descobrir o motivo daquele movimento todo, e eu fiquei paralisada. Uma aposta. Eu não me importaria de ser o prêmio daquela aposta ridícula, eu o queria. Mas ele se arrependeu quando me viu aparecer, e foi então uma das maiores rejeições da minha vida. Ele apostou um simples beijo, e foi capaz de quebrar a honra da palavra pra evitar esse contato meu.
Talvez pareça um drama exagerado, mas aos 14 anos esse é o tipo de situação que machuca de verdade. Qual era o meu problema?
Eu poderia ter me isolado, poderia tê-lo odiado, mas olha só como eu fui irracional: resolvi me aproximar. Prometi nomear aquele incógnita, resolver aquela equação, derrubar o mistério. E assim busquei uma rejeição ainda maior. Eu fui capaz de cavar uma espécie de amizade entre mim e ele, apesar do grande abismo que nos separava, e em contraste com as piores humilhações, eu tive as maiores felicidades e isso compensava tudo.
Até que naquela noite quente eu me preparei delicadamente, cortei o meu cabelo, pintei as minhas unhas, passei horas em frente ao espelho buscando a aparência perfeita. E decidi forçar uma situação, colocá-lo contra a parede; Não suficientemente mobilizada com a primeira rejeição, eu levei-o comigo e avancei num beijo. Fiquei no vácuo. Caí do banco. Desci das nuvens. Corri cega de ódio. Dancei desesperada e beijei um estranho no final da noite. Chorei até amanhecer e ainda assim me sentia sufocada.
Eu poderia ter escolhido nunca mais tomar iniciativa alguma. Mas não foi assim. A frustração me levou além, a minha teimosia me fez continuar em frente, mesmo que ele tivesse que ficar pra trás, até provar que eu podia ser melhor.
E saibam que é por isso que ele, inconscientemente, é responsável por grande parte do que sou hoje. E é por isso, meus amigos, que apesar de tudo, ele nunca vai sair das minhas memórias, mesmo que já tenha saído há tempos do meu coração.
Assinar:
Postagens (Atom)