Eu perdi as forças e cruzei a linha do perigo. Abri uma brecha enorme e aguardei você entrar por ela. Uma parte de mim acredita nas suas palavras, a outra dá o sinal de alerta. É como se você quisesse apenas reafirmar seu ego, me atingindo com frases confusas e vazias para atiçar a minha imaginação e depois me rejeitando. Como se seu prazer fosse me observar rastejando, implorando, definhando. Mas ainda sabendo disso, fui eu mesma quem abri espaço, não é?
Ávida por suas ilusões, acredito quando diz que olhava pro meu contato todos os dias na espera do desbloqueio, sorvo cada palavra desesperadamente quando fala ter procurado vestígios no meu blog. Permaneço buscando sinais, descodificando status, acatando esperanças.
Mas preciso encarar a verdade: Em todo esse tempo, você nunca me procurou. Nenhuma ligação, nenhuma recaída, nenhuma palavra consistente. Por mais que meu egocentrismo queira acreditar que fiz falta por todo esse tempo, não posso ignorar a realidade, que vem em potes transparentes depositados no meio dos meus delírios ou em palavras claras e precisas de pessoas que me querem bem. "Sinto muito, Sol, mas ele realmente não se importa com você."
Que ninguém se atreva a dizer que passo por tudo isso porque "eu quero". O que eu realmente quis foi esquecer você. Mas quanto mais o tempo passa mais parece distante essa possibilidade e então eu preciso de alguma coisa além da verdade. Qualquer coisa. Me alimento de suas palavras esporádicas de saudade enquanto você se alimenta do meu amor doentio. Eu simplesmente não consigo ficar realmente longe de você.
Vou desejando sempre mais e aceitando menos.
Esse amor febril me fez refém dessas migalhas.
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