Amanheci com aquele gosto amargo na boca e o medo latente nos olhos. Já me senti assim antes, confesso, mas é sempre como se fosse a primeira vez. Talvez a gente nunca se acostume a dizer adeus. Ao menos não às pessoas que amamos. Aquela velha queimação me fez uma visita, para me lembrar de que nunca estamos preparados ou calejados o suficiente para que uma desilusão amorosa não nos afete. Eu nunca aprendi a lidar com a indiferença, talvez porque eu nunca tenha aprendido a sentir isso em relação a alguém. A sua frieza me assusta. Tenho seguido em frente e conhecido pessoas mas não consigo me desvencilhar da nossa história, que era apenas mais um final comum até que eu derramasse nele todas as minhas expectativas e projetasse todas minhas frustrações e dependências. Eu sinto sua falta em todos os turnos, em tempo integral. Sinto falta de coisas que não chegamos a fazer. Não sei até quando, eu nunca sei, só queria que a sua indiferença não doesse tanto assim.
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