A expressão de olhar, a barba, a boca, o jeito manso de falar. Alguém tem suas manias, seus defeitos, seu jeito arrebatador. Sempre tem um pouco de você em cada esquina que eu piso, em cada corpo que encontro, em cada história que vivo.
Não sei até quando estou fadada a viver essa maldição, até quando os traumas vão me acompanhar, mas sua presença não para de me perseguir. Eu fujo das pessoas porque elas me lembram você, mas as semelhanças não param de aparecer... Talvez esteja só dentro de mim, talvez ele não tenha o timbre da sua voz, talvez aquele outro não tivesse a boca assim tão parecida com a sua, talvez as barbas sejam mesmo todas iguais... Não sei.
Mas não quero mais lidar com a sua presença imaginária, com os mesmos medos e os pré-julgamentos que são arrastados pela lembrança do passado. Estou cansada de estar aprisionada a reviver as dores que sua existência me deixou.
"Memórias não são só memórias, são fantasmas que me sopram aos ouvidos coisas que eu nem quero saber..."
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