'Confesso, acordei achando tudo indiferente...
Verdade, acabei sentindo cada dia igual.
Quem sabe isso passa, sendo eu tão inconstante?
Quem sabe o amor tenha chegado ao final?
Não vou dizer que tudo é banalidade,
Ainda há surpresas, mas eu sempre quero mais!
É mesmo exagero, ou vaidade...
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz.
Não vou pedir a porta aberta, é como olhar pra trás.
Não vou mentir em tudo que falei, eu sou capaz.
Não vou roubar seu tempo, eu já roubei demais.
Tanta coisa foi acumulando em nossa vida,
E eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder.
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída,
Perder o vazio, é empobrecer.
Não vou querer ser o dono da verdade,
Também tenho saudade, mas já são quatro e tal...
Talvez eu passe um tempo longe da cidade.
Quem sabe eu volte cedo, ou não volte mais.



(Ana Carolina)

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