Eu tenho sonhado noite após noite com a mesma situação. Isso me amedronta um pouco, me faz indagar os motivos desse desvio repetitivo da minha mente.
É uma fuga incansável contra forças distintas, mas sempre correndo em círculos, sempre amedrontada com a sensação de incapacidade. Procurando brechas, procurando saídas, e sentindo o perigo cada vez mais próximo. E um cansaço real. Um cansaço que ultrapassa as barreiras da imaginação e chega ao corpo.
Tenho sonhado com portões fechados, becos sem saída, perseguições armadas, ilhas, e eu correndo. Sempre correndo sem poder parar. E por todas as vezes quando eu me cansei e me senti acuada, no auge do desespero, eu simplesmente voei. Mas não um voo qualquer. Um voo pesado, difícil, movimentando freneticamente mãos e braços para conseguir flutuar um pouco mais alto. Sempre cara a cara com o perigo, sem poder ir muito longe.
Essa noite não foi diferente. Não sabia porque estava correndo, mas sabia que tinha que fugir. E quando eu subia pouco a pouco, pensando em como encontrar uma saída, eu despertei para uma realidade não muito diferente.
Acuada, desesperada. Onde voar ainda não seria o bastante pra fugir.
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