Percebi que haviam pequenas coisas perfeitas no meio dessa imperfeição toda que somos eu e você.
Percebi todas essas coisinhas tão naturalmente bonitas e cômodas que me mantêm aqui. Esse equilíbrio de soluções impróprias para problemas improváveis e ligações tão doces para um amor tão abatido.
As vezes é assim, no meio de tanto bombardeio eu vejo uma delicada flor que nasceu ali, no meio das crateras, e sinto vontade de regá-la; mas acabo sempre a matando de tanta água.
Então eu paro e observo. Assim, bem de vez em quando. Depois ela morre. E nasce de novo; mas sempre morre. E é estranho explicar como algo tão imperfeito como uma flor solitária que murcha frequentemente pode parecer tão bonito assim.
Eu percebi que aquela sua mania de pegar meu suco preferido antes mesmo que eu o peça me encanta. Percebi que a simplicidade de quando nos sentimos confortáveis um com o outro me enche de esperança.
E entendi que no meio de um jardim florido eu não poderia reparar tão bem a beleza frágil de uma única flor.
'E eu deveria parar de buscar sinais em tudo que vejo e ouço. Eu tenho me esforçado em ganhar a atenção dele, e uma esmola dessa atenção me faz perder o sono. Será que eu não enxergo que ele apenas se rendeu à minha inconveniência?
Tenho que parar de achar que uma mensagem qualquer traduza algum tipo de sentimento. É tão mecânico.
Mas é inevitável. Meu coração fica aos pulos, e a esperança reacende dentro de mim... Eu REALMENTE deveria parar de ser tão tola. Mas o amor é mesmo o mais tolo de todos os sentimentos.

(...)Não existe remédio. A insegurança é eterna. Quem tem certeza não ama mais(...)



(Carpinejar)