Eu tenho um histórico de relações casuais problemáticas e deprimentes. Na maioria das vezes que conheço alguém, mesmo que o toque seja consensual, me sinto péssima, usada, violada e enojada...
Mas dessa vez foi diferente. Você acertou as palavras, olhou nos meus olhos, não me tratou como um pedaço de carne. Encostou em mim com cuidado, gemeu quando me viu gemer e eu não tive nojo de olhar pro seu rosto, pro fundo dos seus olhos pretos, pra cada detalhe do seu corpo... Me senti leve e em paz. Permaneci com a sensação do toque da sua pele na minha, da textura das mãos e das costas, da sua voz e do seu sotaque envolvente...
E agora queria conseguir fazer outra coisa que não fosse olhar pra essa maldita conversa repetidas vezes durante o dia. Queria ir devagar e seguir todas as regras de fingir desinteresse, mas essa não sou eu. Eu não sei fingir. Eu sou intensa, sou fogo, sou palavras e mais palavras jorrando em cima de você. Sou exagero, saudade, desespero. 
Talvez o meu jeito te faça ir embora pra sempre. Talvez eu te assuste mesmo como dizem. Mas eu não sei ser diferente. Eu sinto como se fosse a minha única chance de te dizer tudo o que me fez sentir em tão pouco tempo.