Apesar de todas as brigas e mágoas, é no seu colo que choro quando tudo desaba. É você que segura minha mão quando tudo parece rodar; E depois que a festa finda, que a bebida acaba, que a música para, é você que ainda está sempre do meu lado. Quando eu me desespero, é seu cafuné que me conforta, seu abraço que me acolhe. E mesmo na hora da raiva, é nos seus olhos que eu dissolvo todo o veneno que me queima por dentro.

Sem luz, sem ar, sem ter pra onde ir, e respirar...



É estranho como a sensação de ser excluída, só a sensação, já nos exclui de fato. Quanto mais eu me sinto sozinha, mais sozinha eu fico. Cheguei a um ponto que jamais imaginei, nem nos meus momentos mais críticos. Lotado de gente por todos os lados e eu isolada, sem assunto nem intimidade pra conversar com ninguém. Eu não faço parte de lugar algum. Eu não tenho coisa alguma. E tenho que me conformar com isso.

Eu posso ver o fundo do poço, ali, bem perto, posso até sentir seu cheiro. Falta pouco.
Existem dias em que eu olho para cima e desejo subir, mas em dias como hoje eu simplesmente quero me entregar, e sentir a queda até o fim. Em dias como hoje eu quero simplesmente que tudo acabe logo, o mais rápido possível. Sinto vontade de não me levantar mais, de ignorar tudo e ficar assim, apenas respirando, sem ter que viver.
Existe ainda uma pequena força, uma pequena dose de responsabilidade, de medo, que me diz pra tentar, pra lutar, pra continuar de qualquer maneira. Mas receio que ela não seja suficiente, que seja fraca demais. Pouco a pouco eu vou abandonando tudo o que já me foi essencial. Os estudos, os amigos, a vaidade, os sorrisos, nem os sonhos permaneceram. A cada dia uma nova dor e um prazer a menos. 
O dia se arrastou lento; Tudo dor, o estômago doendo, o pé queimado, o joelho machucado, o coração sangrando. O mundo caindo sobre a minha cabeça. E eu saí a luz da lua, fui ao mercado, sozinha, caminhando devagar e comprei o dinheiro da semana toda em bobagens. Chocolates, salgadinhos, doces. Eu sentei no chão e comi tudo de uma vez só, tentando enganar a dor que queimava por dentro. Mas não era fome; era mágoa, era angústia, era desespero. E mesmo assim eu tentei, sentada no chão, ao som das músicas mais alegres, comer até anestesiar tudo isso. Mas ainda doía, o pé, o joelho, o estômago, a cabeça, o coração. Ainda dói tudo e eu não sei mais o que fazer. Acabaram-se os doces, e a vida ainda continua amarga.

Descobri que, no fundo, você é exatamente igual a ele. Diz que tá com saudades, mas não caminharia um passo para matá-la. Diz que ama, mas não faria um esforço sequer para me deixar feliz.
O que será que eu fiz de tão errado ao longo da minha vida? Será que as escolhas que eu fiz foram tão ruins assim? Todas elas?


Por quantas vezes eu me questionei, tentando encontrar um jeito de não me machucar, sem deixar de te amar.. ♫

 Você disse que eu estou doente, disse que eu enlouqueci e que faço de tudo pra chamar atenção. Você me mandou ir e disse que não faria falta nenhuma. Que se eu morresse, em três dias tudo estaria exatamente como antes. Você tinha razão. Tinha mesmo e no fundo eu sempre soube disso. Depois se arrependeu e disse que cuidaria de mim; mas quando eu precisei só escutei que era tarde pra uma ligação, que tinha que desligar, que tinha que dormir. E dormiu mesmo, sem ao menos um rápido pensamento sobre a minha dor, sobre a minha insônia e sobre como eu estava aqui sozinha precisando de alguém. Quando eu precisei só escutei que não entendia, que não dava, que não podia. Você tinha razão, eu não faria falta nenhuma. Não pra você. Talvez pra ninguém.
E eu quis chamar atenção mesmo! Eu precisava que alguém olhasse pra mim. Mas já estou começando a aceitar a sequência de negações que recebo diariamente. De tanto costume, eu mesma passei a me negar um direito de sorrir, de me sentir bem ou de me sentir amada.
Você nunca foi o culpado de nada disso. Mas, desde o início, sempre fez questão de me lembrar o quão ruim eu sou e de trazer a tona cada dor que eu tentei a vida toda camuflar. 
Você não sabe nada da minha vida! Disse que sou apenas uma menina mimada que sempre teve tudo que quis e não aceita perder. É isso que você vê em mim? Me admira que ainda esteja namorando alguém assim. Talvez eu seja mesmo uma menina mimada, mas ter tudo que quis, veja bem, eu sempre quis uma vida normal. E isso nunca tive, pois já nasci marcada. Sou carta riscada, tinha que ser assim.
Eu já quis tanto que você sentisse minha falta, agora só desejo não ter que ver você vivendo sem sentir saudades de mim. E eu já desejei tanto ser feliz, agora só desejo não sentir nada, não querer nada.
"Não espero mais nada da vida, apenas que seja breve."

Foda é que pra gente só sobraram os momentos ruins. Pra mim e pra você, só dor e sofrimento, e tudo isso isolou a gente uma da outra, e do mundo também, nos deixou cegas e pouco capazes de sequer um abraço. Mas e daí?. A gente segura essa barra; porque o mar treme e faz onda, mas não se desfaz. Porque a gente sofre, a gente chora, mas continua aqui, ligadas ainda de alguma maneira e quando tudo isso passar o abraço vai voltar. O sorriso vai brotar. E tudo vai voltar ao jeito que nunca deveria ter deixado de ser. A dor camufla, mas não apaga o amor. Uma vida. Uma história. Eu te amo.

Ninguém se importa, que burrice a minha acreditar que alguém pudesse se importar. Uma noite longa e fria e eu aqui sozinha com meu cobertor... E dizem que tenho você, mas pra quê? Não temos carinho, não temos diálogo, não temos química, não temos nada. Temos um ao outro, mas pra quê, meu Deus, pra quê?.. Pra mostrar pro mundo; ou dar satisfação às vezes e não se sentir tão sozinhos? Pra quê, se não posso ligar de madrugada e receber uma palavra de afeto? Pra quê, se não tenho beijos ardentes e o calor do desespero na pele? Pra quê?
Que burrice a minha acreditar que eu merecesse qualquer coisa de bom nessa vida. Que tolice acreditar que eu ainda tinha chance, que ainda podia ser feliz.

Eu não sei definir o que sinto. Não dói como ciúme, não irrita como inveja, não é tão despreocupado como apenas curiosidade... É uma sensação diferente de todas. Uma vontade de fazer parte sem ter que exclui-la pra isso. Um querer participar da sua vida, desse jeito, assim como tudo está, sem ter que embaralhá-la ou disputá-la. Apenas quero estar presente. Apenas quero você de alguma forma, quero saber um resumo da sua semana, alguns de seus planos, quero um pouco dos seus beijos, e só. Não quero os fins de semana nem os feriados em família. Não quero a barra de entrar pra valer na história. Quero uma fuga. Acho que é exatamente isso.
Perdoa o que puder ser perdoado, esquece o que não tiver perdão.

'Agora já não tem mais jeito, amo até seus defeitos, não dá pra fugir (♫


"(...)Até você, o de sempre, já não me desatina e eu não sei te responder quando você pergunta se eu te amo. Mas sou sincera quando digo que não vejo futuro numa história que, de tanto que eu tentei matar e enterrar, perdeu a cor. E se alguém não me vira do avesso, não me faz ter certeza de que absolutamente tudo vale a pena por nós, a única certeza que eu tenho é de que não é amor.(...)Se eu paro pra perguntar se vale o risco ou a dor, no fundo eu sei que não vale. Sei absolutamente tudo que eu não quero, de trás pra frente, mas o que eu quero talvez seja tão simples, que eu nem sei explicar. Um dia desses eu tava no ônibus e ouvi um rapaz conversando com o amigo “Tô muito cansado, morto mesmo, vou chegar em casa, tomar um banho, ligar pra minha namorada e dormir.” Acho que é isso, entende? Comigo eles se cansam, tomam um banho e dormem. É isso que eu quero: Ficar pra agora, pra ontem e não mais pra depois."

Marcella Fernanda