Meu índio quase incógnita


É estranho falar sobre uma ligação tão frágil e ao mesmo tempo tão inquebrável. Apesar da linha tênue entre nós, existe um lugar dentro de mim reservado pra sua lembrança, acredite. Às vezes esqueço que ele está aqui, - mas sempre está -, e por mais que uma outra história tente me preencher por inteira, aquele pedacinho grita seu nome.
Um incógnita. Uns 600km e muitas dúvidas de distância.
Já fazem anos, dá pra acreditar? Sete anos. Éramos crianças e havia pouco da vida pra saber, o mundo era ainda muito grande além do nosso quintal e nós amadurecemos assim: longe um do outro. E agora você completa mais um ano de vida sem que eu tenha tido a chance de te dar um abraço de parabéns. Foram tantos abraços silenciosos e platônicos que já nem sei se saberia realmente te tocar.
Então eu te ofereço o que tenho de mais sincero e mais abrangente: minhas palavras.
Te desejo muitas alegrias, tudo de melhor que a vida possa te trazer. Que o seu dia-a-dia possa ser repleto de pequenas coisas tão grandes: gestos, presentes, sorrisos, palavras, esperança, euforia...
E que em você possa existir sempre um espacinho rodeado de coisas boas, onde eu possa morar e te lembrar em pensamento o quanto te quero bem.
Parabéns, indinho.

Meu anjo...

Eu gosto das suas mãos... Fortes, calejadas, com o toque ao mesmo tempo tão firme e tão delicado. Gosto do jeito que acaricia meus braços antes de dormir, e da pressão exata que usa quando aperta com os dedos a palma da minha mão pra me tranquilizar.
Amo o castanho claro dos seus olhos: vivo, vibrante, hipnotizante. E seu olhar de ternura e desejo quando estamos a sós. Aprendi a amar cada uma das suas expressões, reconhecer cada um de seus sorrisos, corresponder cada vez que amanhece e você me olha apaixonado.


Eu gosto do seu ritmo de dança, da firmeza quando me puxa pra dançar. Do seu cheiro e do seu passo, do seu sorriso e do seu laço. Me encanto pela maneira intuitiva como descobre o final dos filmes antes que eu possa adivinhar, e pela sua mania de observar tudo ao redor e guardar as conclusões pra si até que tenha certeza sobre qualquer coisa.
Gosto da maneira como me cuida, cuidadoso como se eu pudesse me quebrar, quando eu choro e soluço feito criança. Da sua maturidade pra lidar com as minhas crises paranoicas e da sua calma pra contornar o meu ciúme; de quem você é e do jeito que me trata, às vezes cauteloso outras vezes afobado, e, mesmo quando te digo pra ser menos estúpido, eu suspiro e tenho a certeza de que meu lugar é exatamente aqui.

Tempo

Sei que dizem que vai passar, mas alguém, por favor, tenha a bondade de dizer quando... Os danos que você causou foram profundos demais. Preciso saber quando isso tudo vai parar de doer. Não tem mais a ver com você; quero dizer: não com você no presente. O que você é ou o que faz agora não me afeta. Tem a ver com todas essas feridas que foram abertas e não param de latejar. Já não sei mais o que fazer com os flashs que insistem em vir, diariamente, nos momentos mais banais. Momentos horríveis que me fazem sentir humilhada, derrotada. Fatos já perdidos no tempo que insistem em achar o seu sentido passam na minha mente para me destroçar.
Se o tal remédio é o tempo alguém, por favor, me diga: Quanto tempo