Passei carnavais trancada em casa com o vazio e as mágoas.
Eu o invejava porque ele tinha tudo que eu queria ter: tinha amigos, tinha diversão, tinha uma vida agitada e muitas opções. Eu acreditava precisar dele porque ele parecia me oferecer uma vida incrível, mas não oferecia. O que eu tinha era muito pouco e ninguém pode nos completar com tanto. Eu estava sozinha e a companhia dele não podia preencher todos os espaços. Mas eu quis desesperadamente que pudesse, eu me apeguei e me acorrentei àquele sentimento, mas eu era âncora e ele não fez com que eu parasse de afundar, pelo contrário, ele pisoteou com força e eu caí na velocidade da luz.

Até que chegou o carnaval. Parece superficial, mas te garanto, não é. Foi nesse carnaval que eu respirei fundo e entendi que minha vida finalmente está em paz. Sei disso porque dessa vez eu tive escolha, eu fiquei por um único motivo: porque eu quis. Agora eu sei que tudo que sempre me faltou foi liberdade.
E hoje eu sei que não preciso de ninguém para me completar. Eu estou onde quero estar, eu faço o que eu quero fazer, não sou mais aprisionada pela minha doença.
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