A gente não existe mais. Tudo que restou é só poeira do que fomos um dia. O que te mantém apegada à mim é a mesma coisa que me mantém apegada à você: a necessidade de ter tido alguém todo esse tempo, a necessidade de provar pra si mesma que durou, que alguém ficou; mesmo sendo uma meia verdade pra encobrir que somos igualmente solitárias.

Nós não nos conhecemos mais, nossos pensamentos não se encontram, não há conforto. A presença é tão incômoda que dói. Machuca ver que nos tornamos duas estranhas. Sorrisos forçados, assuntos pela metade, o que aconteceu com as tardes de sorrisos fáceis?

Sou forçada a admitir que algumas coisas simplesmente não tem volta, que pessoas mudam e se desconhecem, e não há como rebobinar o tempo ou voltar pra quem se era.


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