Simplesmente dói.

Não se explica o que dói.
Pelo menos não o que dói no peito. Não o que fere o sentimento, o que rasga a alma.
Não se explica o mundo que revira quando estamos sofrendo.
A tristeza que em mim se instala, agora sem motivo, não posso contar, racionalizar, medir.
Nada disso se explica, se define, se expressa. Simplesmente dói.
E quando dói, eu quero gritar, eu quero correr, eu quero sair por aí e esquecer do mundo. Eu quero me perder no caminho e descansar na beira da estrada. Eu quero me molhar na chuva e me queimar no sol.
Eu quero as lágrimas, eu não as quero, de repente não sei o que quero mais.
A garganta queima e a voz não sai. As mãos se apertam mas não aliviam a vontade de esmagar o que incomoda.
Quando o coração entristece assim, eu quero abraço tão apertado que sufoque, beijo tão intenso que viaje, quero colo, ficar calada na companhia de alguém, quero carinho, quero atenção.
Quero tudo e não quero nada.
Quero dormir, sonhar.
Quando tudo em mim é angústia, a respiração se torna difícil, e não se pode explicar o que o corpo tem pra ficar assim. Só a alma está doente. Só o coração está ferido. Então eu quero a exaustão ao corpo até que ele roube a cena e me tire as atenções à minha deprê.
E eu não sei explicar o que doí, porque não há nenhum diagnóstico para minha doença. Simplesmente dói.
E quando dói eu sinto um desejo incontrolável de não desejar nada, de não esperar nada, de não precisar de nada.

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