Nós não temos medidas, passamos dias dormindo e acordando do lado um do outro sem vontade de nos afastar. Às vezes, ao acordar, nos espreguiçamos juntos, desejando que o relógio nos dê uma hora a mais pra ficarmos ali abraçados e imóveis... Outras vezes, assim que abro os olhos, você já está de pé e diz com naturalidade "Bom dia anjo, tem toddynho na geladeira", e eu sorrio de maneira infantil enquanto te admiro.

Eu sei que nada disso faz muito sentido porque vivo dizendo que não temos nada em comum, desmontando em insatisfações cada pedaço dessa nossa história, mas entenda que meu amor é assim: desarrumado. Ilógico. Inseguro.
Eu me apaixonei por você desde a primeira vez que te vi, e duvidei que pudesse existir um clichê tão patético na minha vida. Naquela noite dormi encantada pelos seus olhos, pelos seus gestos, pelo seu português embaraçado de portugal, mas não quis admitir isso, nem pra mim mesma. E naquele mês que se seguia eu tentei fugir disso de todas as maneiras que consegui. Mas não deu pra fingir que não 'tava acontecendo nada e que eu não queria você em todas as minhas festas malucas. Porque eu queria, anjo. Eu queria mais que tudo. E o que me trouxe até aqui é que você queria também. E agora, todo esse clichê é pra você. Os atritos existem, é verdade, mas dia a dia estamos aprendendo juntos a contorná-los, e é por isso que eu não tenho mais vergonha de ser pateticamente romântica. Porque estamos juntos. Juntos até pra sermos ridículos. Até pra sermos grudentos. Juntos pra valer.
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