Morrer na Praia

Eu desisto. Entrego os pontos. Não estou magoada com você, estou magoada com a vida, que nos influenciou em escolhas que nos diferenciaram e fez que nada mais fosse igual.
Mas sei que em nós nada morreu e me conforta saber que seu desejo é igual ao meu. Mas não dá.
Sua vida se desagregou da minha e seus pensamentos nos fizeram diferentes. Nossos objetivos já não se cruzam e na verdade nunca mais vão se cruzar; a juventude passa depressa e novas obrigações vão nos separar de vez. Me perdoa, mas agora eu peço a Deus para me curar desse sentimento que já virou doença. Me perdoa mas dessa vez eu desisto. Eu morro na praia.
Eu não consigo matar a esperança, mas a enterro bem fundo para tentar evitar que ela continue me atormentando, e adoecendo. Isso não significa enterrar o sentimento, muito menos as lembranças. Só significa que quero fazer de tudo algo bom daqui pra frente, antes que a esperança inútil nos deixe a mágoa de brinde.
Ninguém vai tomar o seu lugar, ele foi e sempre será seu e único, mas só espero encontrar maneiras e pessoas que façam de mim aquela pessoa que radiava ânimo e alegria sempre.
A única mágoa que me assombra é seu "por quê?"
E foi justamente esse 'por quê' que me fez refletir sobre o verdadeiro motivo disso tudo. E não vale mais a pena me prender e sofrer, nada mais vai ser igual. Você não é mais você.
Me perdoa, mas não posso respirar um sonho do qual já acordei.
Eu preciso viver.
Não julgo as suas escolhas, e em algum momento já julguei as minhas, mas não as julgo mais. Elas não tem culpa e nem nós. O caminho obriga a fazer escolhas sempre e acertar não é regra.
Não critico atitudes, modo de viver e nem de pensar. Entenda, não estou enraivecida. Apenas vi que não vai dar em nada. Preciso ser feliz.
E eu preciso não precisar mais tanto de você.
Mas eu sempre vou te amar.

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