Histórias que a vida conta - VI

"Não foi exatamente um plano malígno. Começou como uma brincadeira, sem sentido e sem metas.

Eu não fui acompanhando bem a ordem dos acontecimentos, nem sua rapidez, mas algo em meu interior me diz que meu subconsciente tinha um objetivo.
As coisas foram direcionadas pelas minhas emoções, que sempre me tomam a razão e me fazem agir por impulso. E tudo foi acontecendo. Então encontrei o início de um plano não planejado e caminhei para o fim.
Eu sabia que aquelas palavras poderiam machucar. Eu sabia que vocês se posicionariam um contra o outro, e eu ao meio. Sabia que o circo estava armado e estava dando o fósforo a vocês. Eu não pensei em ver esse circo pegar fogo, mas eu sabia. No fundo eu sabia.
Sei que não pensei em ninguém, mas também não planejei o que seria de mim. Eu simplesmente não planejei nada. Mas também não evitei.
Eu quis chegar até o fim e agora só estou o esperando, de fato. Estranho como a minha consciência não parece se dar conta do que há. Não pesa, não dói, não anseia.
Mas meu coração partilha de um ódio que eu talvez tenha plantado. Ou despertado. Ou apenas enxergado.
Não foi o que eu queria inicialmente, mas eu tirei a sua máscara e isso me deu ânimo para seguir em frente. E talvez eu gostasse de te ver rastejando no chão.
Eu vejo uma labareda subindo e refletindo em ambos os olhos. Mas é só uma chama ao centro, e cada um se mantêm de um lado distinto.
E espero com calma. "

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