Cinderela Compulsiva

Tenho ouvido com frequência questionamentos a respeito da mudança do nome do meu blog. Alguns dizem, inconformados, que o antigo nome já era característico, outros alegam preferência absoluta ao segundo título, mas todos tentam entender o motivo dessa troca repentina. A vocês, que estão buscando um motivo complexo para essa troca, eu lhes afirmo: a resposta é bem simples. O termo "Cinderela Compulsiva" não combina mais com o que vivo diariamente.
Por anos a fio eu vivi obcecada por romances, pulando de uma história vazia à outra na tentativa frustrada de me preencher. Por todo esse tempo minha compulsão inconsciente em ser uma "Cinderela" e essa necessidade de ser - ou ter - um par ideal, me fez ficar vazia de mim.
Há alguns meses atrás eu me deparei, assustada, com uma imagem nítida no espelho. Eu estava completa. Eu não precisava mais me verter em romances para fugir de mim. Eu descobri que os danos me amadureceram para uma nova etapa: a de gostar de quem eu sou. A de me bastar. E, ao contrário do que ocasionalmente pode parecer, não estou me vangloriando de estar solteira. Estou comemorando o fato de poder estar inteira em qualquer situação. Deixar de ser uma "Cinderela Compulsiva" não significa ficar sozinha; significa aceitar as várias etapas da vida com tranquilidade; Eu posso estar solteira sem me desesperar, ou posso permanecer com calma e maturidade em um relacionamento. Nada por necessidade doentia; mas sim por prazer. Por escolha. E isso é lindo: a escolha.
Hoje eu estou em paz e às vezes tenho a sensação de que nunca vou me cansar de repetir. E essa paz não combina com um nome tão doentio e turbulento como o de antes.
Eu estou aqui, no meu mundinho platônico, decifrando sentimentos, desabafando o que fica grande demais para caber no peito. Estou aqui mostrando o mundo pelo meu globo ocular. E me despedir daquela antiga personagem era o passo que faltava nesse novo cenário da minha vida.

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