Dia dos Namorados


No último fim de semana eu tive muito medo. Em anos, seria meu primeiro dia dos namorados solteira e eu não tinha certeza sobre como encararia isso. Sempre odiei o dia dos namorados. E veja bem, durante seis anos consecutivos eu passei esse dia comprometida. Odiava essa data porque era nela em que eu encarava todas as minhas frustrações e todos os problemas acumulados carregados pelos meus relacionamentos fracassados, e esperava agora algo ainda pior. 
Fiquei assustada quando o dia amanheceu surpreendentemente lindo e quando encarei as redes sociais recheadas de declarações com uma naturalidade enorme. Foi contraditório perceber que esse foi o melhor dia dos namorados que já tive.
Finalmente tive a prova concreta que estar bem independe de ter ou não alguém; passar as datas comemorativas feliz vai muito além de passá-las ou não acompanhada, vem de dentro, vem da maneira como você lida com você mesmo. O dia não foi bom porque eu estava solteira, foi bom porque eu me aceitei por completa, enfrentei meus medos e passei a gostar de mim. Foi bom porque eu me libertei das aparências e das prisões, e aprendi a fazer apenas o que me faz feliz.
Observando a guerra entre os solteiros ressentidos e os casais buscando provas da felicidade, pude enxergar todos os motivos que me levaram a tamanha calma e paz interior: O que aprisiona não é a condição, o relacionamento, o status. O que aprisiona é a nossa mente. O solitário pode estar aprisionado pelos próprios medos. O comprometido pode estar aprisionado pela própria angústia e insatisfação. Essa "guerra" insana não tem sentido. A liberdade está em se dar prazer.
E finalmente eu pude perceber que fazer as pazes comigo mesma sarou todas as feridas da alma. Que a partir de agora, estando ou não com alguém, eu me conheço e sei me fazer feliz. E não só o dia dos namorados, como todos os outros dias, amanhecerão lindos pra sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário