Histórias que a vida conta ¹

O celular já não toca mais, mas o olho não sai da tela. Ele espera, espera, espera. E quando percebe que nada vai chegar, nenhuma ligação vai aparecer, continua esperando.
O coração burro insiste em aguardar pelo que sabe que não vem.
É sempre assim: no início, tudo é perfeito, ele quer te conquistar, te cerca de atenções, é o cara ideal. Fica com medo de te perder, te cuida, te mima, não te larga.
Mas a certeza estraga tudo. A certeza de que você é dele, de que você o ama. Então já era. Ele te faz dependente e depois a abandona. Pode ser que ele a ame, mas acha que já não faz diferença demonstrar ou não, ele acha que não precisa mais disso.
E aí você se sente abandonada. Perdida. Esquecida. De primeira, tenta reverter.
Mas você cansa. Então se deixa, chora. E aí depois começa a se reerguer, a enxergar outras coisas, outras pessoas, amizades e enfim, aprende a viver sem ele. E ele demora a se dar conta de que tá te perdendo.
O celular recomeça a tocar, mas o olho não repara, o ouvido não ouve. Você não espera, nem liga.
O coração burro volta a ser só.
Nada mais natural.
Apenas histórias comuns, de início,
meio,
e fim.

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