Hoje eu peguei aquela lista entre as mãos, e avidamente fui traçando as letras, quando então me vi travada no meio do seu nome. Havia se tornado tão natural seu nome abaixo do meu.
Hoje senti falta da sua respiração, da sua cara de sono e do seu cabelo recém penteado. Senti falta daquela sua presença confortante, e do seu sorriso sem graça descrevendo a sua preguiça. Falta de rir de você, de rir pra você, de rir com você. Eu quis te pedir pra abrir o caderno mas a sua mesa estava vazia. E não escutei você reclamar da cadeira dura nem da matéria chata. Eu quis te arrastar pelas escadas e te fazer me pagar um chiclete, mas as minhas mãos não podem mais te alcançar.
Hoje senti falta das suas covinhas, da sua blusa de frio, do seu tênis branco, e da sua cara de bravo tentando desfazer as minhas manias. Senti falta da falta se findando num abraço. Sei que hoje é apenas o primeiro dia de centenas que virão, mas será que em algum deles essa sua ausência vai parar de doer?

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