Paixão

A luz do sol entrava pela pequena janela e refletia nos seus olhos e na água, que caía sobre seu rosto e fazia brilhar sua barba castanha. Naquele momento eu soube que estava rendida pelos seus olhos cor de mel. E agora, como posso aceitar o truque cruel do destino que grita que não fomos feitos pra sermos "nós"? Eu sei que preciso ir embora, só não sei como.
Não é você. Não ainda. Não dá, não flui, não desce. Mas o que faço com a paixão que, teimosa, brotou aqui no peito? Enquanto as diferenças insistem em se revelar em caixa alta, essa pontinha de esperança me toma inteira num sobressalto. Tenho medo de que as noites fiquem longas demais sem seus braços em volta de mim, de que o pescoço fique leve demais sem nosso pingente especial, de que os dias fiquem tristes demais sem o seu alô... Já não sei se posso voltar a ser o que era antes da sua aparição.

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