Eu andava pela casa e ela saltitava atrás de mim. Eu parava pra fazer uma coisa qualquer, e ela se deitava sobre meus pés. Era lindo o jeito que ela lambia os meus dedos e me olhava carente, enquanto abanava o rabo pra lá e pra cá. Eu continuava andando e ela rebolativa atrás dos meus calcanhares parecia nunca se cansar. Eu me agachava e fazia um afago, e mesmo com as suas mordidas insistentes em minhas mãos eu sabia que ela tinha um amor imensurável e era sua forma de demonstrar carinho. Entre uma mordida e uma lambida, ela me olhava com ternura, e eu derretia fácil com aquele olhar.
Ela não gostava de ficar sozinha. Eu me deitava no sofá e ela se deitava ao meu lado, no chão. Ela não dormia num cômodo vazio. Ela era um bebê, fofo e dependente, e eu me sentia privilegiada por poder cuidar dela.
As vezes eu me esquecia de que ela era um animal, em alguns momentos eu até achava que ela era humana. Inteligente e amorosa, eu me confortava com os suspiros dela enquanto dormia.
Eu não gostava mais de ficar sozinha. Queria a maciez da barriga dela encostada no meu colo, queria os latidos agudos irritantes enquanto ela achava que meu pé era o inimigo. Ela era um ser feito de amor, e eu queria a cada dia mais aprender com ela.

2 comentários:

  1. que lindo! alem de ser uma guria sensivel, romantica e uma escritora maravilhosa ainda tem essa relacao linda com os animais. que lindo! vc eh demais Sol

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