Eu tenho plena consciência do certo e do errado. Mas ultimamente isso não tem feito diferença para mim. Tanto um quanto outro levam ao mesmo caminho, às mesmas dúvidas, à mesma depressão e ao mesmo desespero.
Então que seja um ano diferente. Um ano pra botar pra fora todos esses sentimentos dentro de mim. Eu quero me conhecer, quero testar meus limites, e não sinta pena se me ver chorando sozinha, sentada no meio fio, eu preciso desse momento pra me redimir, pra me readmitir em mim.
Quando nos toparmos por aí, não se assuste com meu sorriso bobo, proporcionado pelo efeito do álcool. Eu quero reaprender a sorrir, nem que seja desse jeito, no começo. Não se espante pela minha maneira covarde de fugir, mas eu não consigo raciocinar, só sei me martirizar, vou precisar de uma trégua de mim.
Eu quero muita festa e muita farra, muito tempo ocupado pra esquecer de querer voltar ao passado. Eu quero ser tudo o que não fui ainda só pra ver se vai dar certo, porque tentei ser uma pessoa por toda a minha vida e essa maldita boazinha só se fode.
Eu vou querer fingir que tenho todos os amigos que perdi durante esses anos, e me divertir por todas as noites que passei em casa chorando.
E quando a gente se topar por aí, não acredite mais em nada do que vou dizer, porque eu vou te amar pra sempre só pra ver se é satisfatório enganar o sentimento alheio.
E quando isso tudo passar, quando tudo sair daqui de dentro e parar de me sufocar, eu quero viver. Me libertar pra conhecer uma outra pessoa. Me cuidar pra não sofrer. Quero fazer novos amigos e ser doce com eles. E não deixá-los confundir as coisas porque chega de amigos apaixonados querendo se vingar.
Eu só quero um jeito de sair desse lugar onde estou. Qualquer jeito.

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